Mercado de Boi Gordo | |
A cadeia produtiva de carne bovina no Brasil recebeu R$ 123 bilhões em subsídios entre os anos de 2008 e 2017, ou R$ 12,3 bilhões por ano, para uma arrecadação anual pouca coisa maior, de R$ 15,1 bilhões. Assim, os subsídios representaram quase 80% da arrecadação de impostos no período em questão.
A isenção compreende impostos como PIS/Pasep, Cofins, imposto de renda, Funrural e Pronaf, entre outros, tanto estaduais quanto federais, além de incentivos, anistias e perdões de dívidas. Além disso, 9,7% do preço de cada quilo de carne foi subsidiado no período.
Por segmentos dentro da cadeia produtiva, tem-se que a bovinocultura foi contemplada com 51% do total das renúncias fiscais; a indústria e o varejo com 41,6% e a produção de insumos para a cadeia, com 7,4%. E que PIS/Cofins corresponderam a 46,8% das renúncias, ICMS a 28,6% e IR, Funrural e ITR, juntos, a 25% entre 2008 e 2017.
Esses números constam do estudo "Do pasto ao prato: subsídios e pegada ambiental da carne bovina", feito pelo Instituto Escolhas.
O estudo também demonstrou que a pegada ambiental do setor, medida em emissão de dióxido de carbono equivalente (CO²e), alcançou a média de 78 quilos de CO²e em cada quilo de carne bovina, considerando todas as regiões do País entre 2008 e 2017. A pegada de carbono, explica o estudo, representa a quantidade de emissões e remoções de gases do efeito estufa (GEE) para determinada atividade, no caso, a produção de carne bovina.
"O estudo contabilizou as emissões do rebanho e as emissões da fração das áreas desmatadas convertida em pastos nas regiões da Amazônia Legal e do Matopiba", informa o Instituto Escolhas, no documento. "Também foram contabilizadas as emissões e as remoções em pastos, além de estimadas as emissões ao longo da cadeia logística até o consumidor e as emissões do processamento da carne. Para pastos manejados, foram estimadas as emissões na produção e aplicação de ureia."
A maior pegada de carbono do País está na região do Matopiba (Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia), com média de 183 quilos de CO²e por quilo de carne bovina. Na Amazônia Legal, a média é de 145 quilos de CO²e por quilo de carne bovina. No restante dos Estados, a pegada média de carbono é de 23 quilos de CO²e por quilo de carne bovina produzida. Segundo o estudo, a ampla diferença da pegada de carbono entre Matopiba, Amazônia Legal e outras regiões demonstra o impacto do desmatamento e da ocupação do Cerrado nas duas primeiras regiões do País, com transformação de áreas nativas em áreas de pasto.
O estudo também mediu a pegada hídrica na produção de carne bovina, ou seja, quantos litros de água foram necessários para se produzir um quilo da proteína. No caso, 64 litros de água para cada quilo, entre os anos de 2008 e 2017.
Em nota sobre o estudo, o Instituto Escolhas questiona, a partir dos resultados, se o montante de dinheiro público destinado ao setor tem sido aplicado de forma eficiente, se estimula o aumento da produtividade e se os subsídios concedidos influenciam no aumento dos impactos ambientais, como o desmatamento, ou de que forma podem auxiliar na mitigação desses impactos.
O diretor executivo do Instituto Escolhas, Sergio Leitão, também destaca a necessidade de discutir a sustentabilidade do setor. "Os resultados do estudo mostram que o País tem que discutir seriamente a viabilidade de continuar mantendo uma parcela dos produtores brasileiros, que possivelmente se mantêm ativos por serem subsidiados pelos governos estaduais e federal e que não teriam condições de competir em condições normais de mercado em razão da sua ineficiência."
O estudo completo pode ser acessado no link http://www.escolhas.org/biblioteca/estudos-instituto-escolhas/
Mercado de Boi Gordo | |
↪ |
Aumento na produção de carnes garante abastecimento interno e exportações
05 Abr 2024
Produção das três principais carnes do país deve chegar a 30,88 mi t neste ano. Volume representa um crescimento de 3,9% se comparado com 2023. Esse incremento reflete em uma elevação na disponi
|
↪ |
Volume exportado de carne bovina registra avanço de 33,79% em abril/24, enquanto preço médio recu
04 Abr 2024
Volume exportado atingiu 166,3 mil toneladas em 20 dias úteis, segundo Secex.
|
↪ |
Boi/Cepea: Oferta de carne é alta, mas baixo poder de compra mantém consumo limitado
04 Abr 2024
A oferta de animais para abate está elevada, mas o ainda fragilizado poder de compra do brasileiro mantém baixa a demanda pela proteína.
|
↪ |
Boi/Cepea: Preços atravessam 1º trimestre em movimento de queda
28 Mar 2024
Segundo pesquisadores do Cepea, o lento ritmo de vendas de carne bovina no mercado doméstico, as escalas alongadas dos frigoríficos e, agora, a aproximação dos meses mais frios.
|
↪ |
Carne bovina: Volume exportado avança 12,55% até a 4ª semana de MAR/24, enquanto preço médio re
25 Mar 2024
Volume exportado atingiu 139,9 mil toneladas em 16 dias úteis.
|
↪ |
Boi/Cepea: Negócios são lentos no mercado brasileiro; ritmo de exportação cai
21 Mar 2024
Segundo Cepea, muitos frigoríficos indicam ter escalas alongadas e por isso, compradores estão afastados do mercado nacional, efetuando aquisições de novos lotes de animais apenas quando há neces
|
↪ |
Volume exportado de carne bovina segue com bom ritmo na terceira semana de MAR/24
18 Mar 2024
Volume exportado de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada atingiu 84,6 mil toneladas até a 3ª semana de março/24, segundo Secex.
|